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A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS
A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS

Princípios e Objetivos


A chegada do terceiro milênio com as conseqüentes mudanças previstas para o nosso Planeta que passará, conforme previsto, de um Mundo de Expiações e Provas para um Mundo de Regeneração, tem trazido à Humanidade um quadro de inquietação e às vezes angústia. É sabido que toda mudança de ordem tão elevada no processo de evolução é sempre precedida de uma fase de revolução onde todos os problemas, no caso, existenciais, são acerbados para que daí resulte a seleção natural dos que irão passar para o novo estágio. 

O extraordinário desenvolvimento da ciência e da tecnologia que levou o homem a significantes descobertas em todos os campos do conhecimento não trouxe, entretanto, ao mesmo a tranqüilidade e a paz necessárias para usufruir de todas as conquistas científicas alcançadas de modo positivo pois ao contrário do que era de se esperar insuflou a insegurança, o medo e a incerteza, frutos de um egoísmo exacerbado. Não havendo o equilíbrio necessário entre o desenvolvimento material e o moral não se pode, evidentemente, falar em evolução pois para isso é necessário que tal equilíbrio exista.

É nessa hora que surge, consoante a promessa do Cristo, a Terceira Revelação - O ESPIRITISMO

"Muitas coisas vos digo que ainda não compreendeis, e teria muitas outras a dizer, que não podereis compreender; mais tarde porém, vos enviarei o Consolador, o Espírito da Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas". (Palavras do Cristo).

E o que é o ESPIRITISMO? 

Compilando dos textos de O PRINCIPIANTE ESPÍRITA e QUE É O ESPIRITISMO?, de Allan Kardec, encontramos os seguintes ensinamentos: 

"O Espiritismo é, simultaneamente, uma ciência experimental e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas mesmas relações". 

"O Espiritismo ensina poucas ou nenhuma verdades absolutamente novas, em virtude do axioma - nada há de novo debaixo do Sol. Só as verdades eternas são absolutas; as que o ESPIRITISMO prega, sendo fundadas sobre as leis naturais, existiram de todos os tempos, pelo que encontramos, em todas as épocas, esses germes que mediante estudo mais completo e mais atentas observações conseguiram desenvolver". 

"O ESPIRITISMO não descobriu nem inventou os Espíritos, como não descobriu o mundo espiritual, no qual se acreditou em todos os tempos; somente ele prova por fatos materiais e o apresenta em sua verdadeira luz, desembaraçando-o dos preconceitos e idéias supersticiosas, oriundos da dúvida e da incredulidade". 

"Hoje o fim providencial das manifestações é convencer os incrédulos de que tudo para o homem não se acaba com a vida terrestre e dar aos que crêem idéias mais justas sobre o futuro". 

"Os bons Espíritos nos vêem instruir para o nosso melhoramento e não para revelar-nos o que não devemos saber ainda, ou o que só deve ser fruto do nosso trabalho". 

"Quando do alto de suas cátedras os sábios proclamarem a existência do mundo espiritual e sua participação nos fenômenos da vida, eles infiltrarão na mocidade o antídoto das idéias materialistas, em vez de dispô-las à negação do futuro". 

O ESPIRITISMO tem como princípios básicos:

1 - Existência de Deus.

Na pergunta nº 1 de O Livro dos Espíritos - base da Doutrina - Kardec indagou ao Espírito Verdade, Que é Deus? Ele respondeu: Deus é a inteligência suprema causa primeira de todas as coisas. Deus é eterno pois se tivesse tido um começo teria sido criado ou saído do nada; Deus é imutável pois se assim não fosse estaria sujeito às leis que regem o Universo e não teria, por conseguinte, nenhuma estabilidade; Deus é imaterial pois se assim não fosse estaria subordinado as mutações que a matéria sofre; Deus é único pois se assim não fosse não haveria ordenamento no Universo; Deus é Todo-Poderoso porque é único. Se não tivesse o poder supremo existiria outro tão ou mais poderoso que Ele; Deus é soberanamente justo e bom, pois se assim não fosse não seria Deus.

2 - Imortalidade da alma

O Espírito preexiste ao nascimento e sobrevive após a morte do corpo físico. O homem não caminha apenas do berço ao túmulo. O espírito encarna num corpo material para experimentar provas e/ou expiações que o elevem intelectual e moralmente. A imortalidade da alma é um conceito bastante antigo, visto que vários povos da antigüidade acreditavam nesse fato. O Espiritismo trouxe, entretanto, a luz sobre os conceitos equivocados das diversas eras.

3 - Reencarnação

Se a alma existe antes do nascimento e sobrevive após a morte do corpo físico, existe um hiato entre esses dois estágios que é exatamente a vida material. Rigorosamente falando o espírito não nasce, mas encarna num corpo material. A reencarnação explica, por exemplo, porque alguns nascem "perfeitos" outros com problemas físicos. Ora se todos são filhos de Deus, amados por Ele na mesma intensidade, porque então uns nascem sem braços, sem pernas, loucos, etc...? A resposta direta é que esses espíritos reencarnam com essas limitações para o devido ressarcimento de débitos - morais - contraídos em outras existências. A reencarnação é necessária ao espírito, visto que sem ela ele não obterá a evolução. Entretanto, não é imprescindível que essa encarnação aconteça exclusivamente na Terra. Segundo Jesus "há muitas moradas na casa do meu Pai".

4 - Esquecimento do passado

Ao encarnar o espírito é beneficiado pelo esquecimento do passado. Se assim não fosse ele iria procurar acertar apenas porque é um devedor e não porque necessita amar. Ademais, a lembrança do passado favoreceria ao espírito blasfemar. Alguns por exemplo, que ocuparam cargos de reis, rainhas, etc... ao encarnarem como agricultores poderiam querer culpar Deus pela situação. 

5 - Comunicabilidade dos Espíritos 

O mundo dos espíritos existe e é constituído pelos espíritos das pessoas que habitarão mundos materiais. Os espíritos, segundo ensinamento do Espírito Verdade, estão em toda parte, inclusive entre nós. Dessa forma nada mais natural que haja comunicabilidade entre esses dois planos. 

Algumas religiões não concordam com esse fato, tomando como base um texto bíblico de Móises no livro Deuteronômio. De fato existe a condenação de Móises entretanto ela é direcionada ao abuso posto que no seu tempo consultavam-se os espíritos para saber problemas de ordem material (como infelizmente ainda se vê hoje pessoas lendo a sorte, deitando cartas, etc...), o que o Espiritismo também condena. Salientamos todavia que alguns personagens bíblicos não obedeceram a proibição de Moisés, dentre os quais destacamos: 1 - O Rei Saul através de uma pitonisa consultou o Espírito de Samuel para saber dele se ganharia ou não uma guerra; 2 - Maria ouviu do Anjo Gabriel o anúncio da sua gravidez; 3 - Jesus, diante de Pedro e João na transfiguração conversou com Móises e Elias. 

A comunicabilidade entre os espíritos acontece através do processo médiunico. O médium é o instrumento que o espírito desencarnado se utiliza para transmitir suas palavras ao encarnado. A mediunidade pode ser: psicofônia, psicométria, psicografia, vidência, audiência, etc ... 

A comunicabilidade com os espíritos endurecidos (inferiores moralmente) permite que levemos a eles o esclarecimento necessário para seu reequilibrio e com os espíritos mais evoluídos permite obter nosso esclarecimento. 

6 - Fé racionada

"Não há fé inquebrantável que não possa olhar a razão frente a frente". A fé para o espiritismo não é meramente uma obrigação religiosa. Acredita-se em Deus mas sobretudo busca-se através da razão entender porque se acredita. Como o Espiritismo é ciência, nada é aceito sem que se tenha a veracidade das observações. O próprio Kardec sugere que só devemos aceitar uma informação como verdadeira depois duvidar dela - ou seja experimentar - até que se extingue os argumentos contrários. 

7 - Lei da evolução

Tudo caminha para o progresso. Tudo se renova para que todos os seres da Criação Divina tenham a oportunidade para alcançar a perfeição. A escolha dos caminhos a percorrer nos pertence e é conseqüência do nosso livre-arbítrio. Alguns caminham mais rápido - porque entendem mais rapidamente a vontade de Deus - outros demoram-se perdidos nos prazeres materiais retardando a chegada. Não há céu, nem purgatório e nem inferno. Não existe Satanás e sim espíritos que se auto intitulam com nomes pomposos para amedrontar, aterrorizar. Ninguém está condenado a sofrer eternamente - como é o conceito de inferno que ouvimos falar - posto que não existem penas eternas. O espírito não retroage. Ele pode ficar estacionário mas nunca involuir. O caminho do progresso é de "mão única". 

Sobre os objetivos da Doutrina Espírita, longe de querermos adquirir prosélitos só para fazer números, diremos que o principal objetivo é a vivência do Evangelho de Jesus Cristo. Através do esclarecimento da nossas indagações do tipo, de onde viemos?, O que acontecerá após nossa morte? Para onde vamos? Porque a dor, o sofrimento?, o Espiritismo esgota respostas sobre tais assunto. Vale salientar, conforme consta nos ensinamentos da Doutrina, que o Espiritismo não trouxe nenhuma moral nova, nem tampouco um nivel intelectual que só possa ser compreendido pelos cultos. O Espiritismo traz, o Evangelho pregado pelo Cristo, dando enfâse aos aspectos morais dos ensinos do Mestre. Sua instrução básica é Fora da caridade não há salvação, o que é equivalente ao "amai-vos uns outros". 

O Espiritismo aborda ainda os aspectos relacionados com a Lei de Ação e Reação (ou Lei de Causa e Efeito), onde popularmente poderíamos resumir dizendo: "a cada um será dado segundo as suas obras".